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Saturday, December 26, 2020

Colorir Para Quem Não Consegue Dormir - Natal


Resolvi tirar uns minutinhos da minha hibernação natalícia para partilhar o resultado do meu INKY ADVENT CALENDAR da Johanna Basford (ver aqui post anterior). 


Não ficou lindo? Ficou! Confesso que os primeiros me custaram muito! Parecia que estava intimidada pela qualidade das pinturas que fui vendo nas várias comunidades nas redes sociais. Tenho de confessar que foi a Carol Pafiadache (ver aqui) quem me deu o 'empurrão virtual' ao fazer diariamente lives no Instagram. Não assisti a todas: assisti aos primeiros dez; observei, tirei notas mentais; aprendi a usar as técnicas (o dourado! Meu Zeus do Olimpo, o dourado!) e depois foi fluindo... 
  • Resolvi usar os meus 24 lápis Giotto Stilnovo e, se o resultado foi este, estou com grandes expectativas para os lápis Winsor & Newton Sudio Collection. Usei os lápis blender e burnisher da Derwent (para além do lápis branco, claro!), sempre que me pareceram necessários, mas não vi grande diferença entre os dois. Tenho de investigar este assunto! 
  • Usei também uma caneta gel dourada que tinha de um kit de postais que comprei faz tempo, e entretanto comprei uma caneta gel branca numa papelaria: comprei a que havia, sem marca especial. 
  • Nunca pode faltar o afia-lápis. Usei o plástico do kit da Derwent, que faz umas pontas menores do que aquelas que os lápis tinham, mas afiadas e muito práticas. Apenas um lápis está cheio de impurezas e torna-se muito difícil de usar. Já quebrei e afiei algumas vezes, mas não resolveu o problema.       
O único problema foi quando usei o lápis blender, pois a tinta da impressão esborratou muito ligeiramente. Não se nota nada, mas houve por ali uns ligeiros percalços!

E é tudo! Volto no dia 09 de Janeiro de um novo ano que aguardamos com grande entusiasmo, mas do qual apenas esperamos que seja ligeiramente melhor do que este. Esta é a minha lista de filmes e livro (presente de Natal) que tenho reservados para ver e ler até voltar a pegar nos lápis de cor. 
  • Murder on the Orient Express (1974) 
  • Death on the Nile (1978) 
  • Evil Under the Sun (1982)  
  • Diário de Uma Viagem a Portugal e ao Sul de Espanha

Saturday, December 05, 2020

Colorir Para Quem Não Consegue Dormir - Advento


Espero que gostem da decoração natalícia para dar abertura ao Advento de Natal. Pessoalmente, não gosto muito destas decorações e demorei a decidir por esta coisinha iluminada. Vamos ao que interessa? Sim! Eu estou com muita pressa, porque tenho a minha caixa da Winsor & Newton Sudio Collection com 48 lápis novinhos à minha espera! Ai, ai, ai, tanta euforia!

UNBOXING

Já se deram conta de quão piroso isto é? Se eu fosse uma influencer, faria um vídeo... Não, primeiro pintava as unhas... Não, primeiro ia ao cabeleireiro, ou melhor, ao hair stylist especializado em riscas fora do sítio e penteados despenteados. Depois ia à nail designer para umas unhas daquelas tão falsas quanto feias, que me iam dificultar o unboxing! Por fim, escolhia um outfit tão piroso quanto desconfortável. Reparem que todo o processo de unboxing começa muito antes e tem um investimento bastante alto! Deviam respeitar os influencers que seguem! Eu não sigo nenhum. 


Reparem só na beleza da caixa que recebi do Ponto das Artes online*! Se eu fosse uma influencer faria um vídeo a abrir esta caixa e a mostrar o que está lá dentro! A vossa sorte é que eu não sou, nem quero ser, porque para isso teria de fazer o tal vídeo e eu não faço essas coisas. Ainda estou para entender o entusiasmo de alguém que fica a ver o entusiasmo, ou falta dele, de uma pessoa a abrir uma caixa com compras que fez online. Eu entusiasmo-me com as minhas próprias compras!    

Então o que é que estava ali dentro, o que era? O que era? Estavam dois presentes de Natal! O primeiro: a minha caixa de 48 lápis da Winsor & Newton Sudio Collection! Uh-hooo! Cá está ela, a lata lindona com dois tabuleiros de plástico com 24 lápis em cada um.  


Claro que já experimentei! São lápis à base de cera, bastante secos para o meu gosto, mas são macios, bons para cobrir grandes superfícies. É um pouco difícil trabalhar com eles, pois apesar de se misturarem muito bem, não dão para várias camadas. Eu diria que aguentam perfeitamente três camadas, não mais do que isso. Estou contente? Mais ou menos! Até agora, não encontrei ninguém que usasse esta marca em lápis de cor, portanto não posso sequer comparar ideias. Tenho a impressão que pelo mesmo preço conseguia comprar outro set com mais lápis de outra marca.  Custou, em promoção, €32.55.     

O segundo já aqui falei nele: o conjunto Dicas e Técnicas Acrílico Galeria Winsor & Newton que queria oferecer à minha mãe neste Natal. Estava ao mesmo preço, pontanto não hesitei. Antes de embrulhar, abri para ver. As folhas do bloco são duras e rugosas, imitando tela. O conjunto, que continua a metade do preço, custou €13.35. Como este conjunto só traz um pequeno pincel, encomendei também uma embalagem de 5 pincéis sintéticos Winsor & Newton, também em promoção, por €10.06. Infelizmente, esqueci de fotografar. 



INKY ADVENT CALENDAR de Johanna Basford

Na semana passada, a Johanna Basford partilhou no Instagram (procurem, preguiçosos!) uma story com um link para o seu Advent Calendar gratuito. Ficou tudo doido! Eu sou bem mais calma nestas situações - cof! cof! cof! - e não fui logo a correr fazer o download, imprimir e pintar. O facto de não ter tinteiro na impressora não teve nada a ver com o assunto! Aliás, não ter tinteiro, não poder ir às compras e ter mil e uma coisas para fazer!


Ainda não decidi se vou usar os meus lápis novos ou se os antigos. Confesso que tenho receio de estragar: estragar os lápis, os desenhos, estragar tudo! Desde quando é que colorir se tornou tão assustador? 
  • Imprimi** em folhas A4 de 120g da Firmo, uma marca portuense, no mercado há mais de 65 anos, que ainda faz as sebentas que usei na escola primária e ainda faz os mesmos blocos de desenho que comprei para a escola preparatória, com a mesma capa e, ao que me parece, com a mesma qualidade. Adorei regressar às origens! 
atualização na publicação seguinte

Nota da contabilidade: €60.96, mas só vou somar os €32.55 dos lápis!       

*Fiz a encomenda no dia 23.11 (segunda-feira), foi enviada no dia 24.11 (terça-feira) e recebi no dia 27.11 (sexta-feira). Paguei €5 de portes de envio.
** Imprimi na reprografia, ao preço de uma fotocopia normal, no meu papel Firmo. 

Sunday, November 01, 2020

Desafio da Derwent: Halloween - atualização

atualização da publicação anterior 

A manhã deste 1º de Novembro não podia ter tido mais cara de 1º de Novembro: o céu estava cinzento e carregadinho de chuva, mas havia boa luz que não devia ser desperdiçada no sofá a ver um episódio do Poirot pela milésima vez, até serem horas decentes para ver a quarta (e última?) temporada de Cardinal. Sim, porque as séries policiais têm horário especifico para serem vistas, caso não saibam, tal como os chocolates do Sr. Ferrero (agora do filho do Sr. Ferrero, o Sr. Ferrerito) que não se fazem no verão, assim como uma data de coisas que tem altura própria para acontecer. Um dia explico.

Pintar com aguarelas estava fora de questão: a temperatura húmida não combina nada com aguadas. Claro que os aguarelistas pintam quando lhes dá na cabeça, até mesmo debaixo de um vendaval se lhes apetecer, mas eu não estava para aí virada. A verdade é que estava com receio de não obter o resultado que previ, ia perder tempo e não ia completar o desafio que já está com um dia de atraso. Convém acrescentar que a Derwent é marca inglesa e os ingleses são muito pontuais, embora não tanto como os alemães, felizmente, mas eu tenho a pontualidade de um grego. Resolvi então usar os lápis de carvão.

Achei que era o material indicado para dar aquele tom dark ao desenho, já que era de Halloween e convinha que ficasse bem assustador, para que a minha falta de jeito não assustasse tanto ou mais! Tive apenas dificuldade para afiar os lápis de carvão: tentei usar o afia de plástico que veio no conjunto dos lápis misturador e abrilhantador, mas não consegui. Tentei usar a minha máquina de afiar a pilhas que comprei há uns anos no Lidl, mas também não deu. Consegui afiar com um velho afia de plástico do tempo da escola, não vou dizer primária, porque estou a exagerar, mas deve ser dos anos seguintes. Só tive pena de não gravar o ruído que a ponta de carvão fazia no papel quando estava a fazer a árvore: era um chiar sibilante, bastante caricato, que parecia dar vida à arvore que ficou bem dark como pretendia. E sabem que mais? Estou contente com o resultado! 

Material: bloco Canson Sketch XL A4 de 90g (não disseram à Derwent que o papel é da Canson, pois não?), lápis H2 Graphic Derwent, e borracha da Derwent; lápis de carvão Derwent Charcoal claro, médio, escuro e branco, e spray fixativo Academy Ghiant. 

Já está publicado no Instagram com as hashtags #derwent, #artathome, #derwentathome, #drawing, #drawingchallenge, #prompts, #drawingprompts, #derwentpencils, #derwentcharcoal e #Halloween com um dia de atraso, mas não importa: as bruxas andam sempre por aí...

Estou contente com o resultado! Estou mesmo contente com o resultado! Mesmo, mesmo contente com o resultado! Já disse que estou contente com o resultado? Estou mesmo contente. Mesmo, mesmo contente... Pronto, já me calei! Não tenho tido motivos para dizer isto muitas vezes! Estou mesmo contente! 

AVISO À TRIPULAÇÃO

Vou suspender os meus relatos artísticos até ao fim do mês, para concluir a formação de teatro! Já falta pouco para terminar! E vou ficar aqui em pulgas, porque vou encomendar livros e lápis!   

Saturday, October 31, 2020

Desafio da Derwent: Halloween

Desta vez resolvi atirar-me de cabeça num drawing challenge que vi na conta oficial da Derwent no Instagram. Imaginei logo desenhos extraordinários a grafite, carvão e aguarela. Imaginei, claro. Da imaginação à realização vão duas voltas e meia ao mundo. O desafio foi lançado no dia 25 e consistia em fazer sete desenhos assustadores, um em cada dia, até hoje, 31 de Outubro, dia de Halloween. Eu não acho piadinha nenhuma ao Halloween e espero que nenhum miúdo me venha atirar farinha à porta porque o enxotei com a vassoura quando me tocou à campainha para lhe dar doces. Não gosto do Halloween, mas tenho muito jeito para bruxa! Enchi-me de coragem e, assim que vi o post, partilhei em story. Agora tenho de o fazer!

Quiseram as bruxas - porque os deuses não me faziam uma desfeita destas - que eu tivesse a semana mais atarefada deste ano e não fui capaz de fazer nada. Para piorar, estamos em horário de inverno e já não há qualquer ponta de luz natural que se aproveite para desenhar ou pintar a partir das 16.30h. Claro que tenho candeeiros - não cheguei a comprar aqueles belíssimos e caríssimos candeeiros que tanto queria, mas tenho candeeiros em casa, não moro em nenhuma caverna de bruxa cheia de morcegos pendurados no teto - mas a luz de um candeeiro não é como a luz natural e, para mim, à luz de um candeeiro, as cores ficam um pouco alteradas. 

Por isso hoje só consegui concluir os desenhos, com muita pena minha. Demorei bem mais tempo do que estava a contar: comecei por volta das 11h, fiz intervalo para almoço de duas horas, retomei às 15 e pelas 16.30h tinha apenas o desenho pronto e eu estava quase às escuras! Apressei-me a fotografar o que tinha para publicar em story no Instagram, com as hashtags do desafio, e nem sei se vou concluir amanhã, porque a ideia era terminar o desafio hoje. E depois ir assustar criancinhas com a vassoura!

Material: bloco Canson Sketch XL A4 de 90g (não digam à Derwent que o papel é da Canson), lápis H2 Graphic Derwent e borracha da Derwent. 

Tencionava pintar a aguarelas as silhuetas em preto, com fundos amarelos e luas laranjas...   

atualização na publicação seguinte

Saturday, October 17, 2020

Loja: Ponto das Artes

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you? 

A minha lista de compras, ou melhor, o que eu realmente precisava era de um pincel fino, um pincel leque, um pincel de água, lápis para desenho, borracha e um bom afia. Tinha de me segurar para não comprar lápis de cor, nem lápis aguareláveis. Foi difícil! Será que resisti?  

Comprar material de arte é tão divertido que se torna difícil não começar pelas promoções! É nas promoções que me permito olhar para a Winsor & Newton, não porque se trata de uma marca profissional e, portanto, mais cara, mas porque é que vou comprar se é para eu estragar com a minha falta de jeito? A não ser que haja promoções! (Esta é a marca lendária que comercializou os primeiros estojos de aguarelas que refiro na primeira publicação que escrevi.) 

Estão em promoção alguns materiais da Winsor & Newton, mas eu resisti bravamente; apenas tenho debaixo de olho o Conjunto Dicas e Técnicas Acrílico Galeria Winsor & Newton a metade do preço (€13.35 em vez de €26.69), que pretendo comprar mais tarde para oferecer à minha mãe no Natal, pois eu sou muito boa filha, mas muito forreta! A minha mãe? Ah, não há problema porque a minha mãe não lê o meu blogue. 

Vamos para a secção da Derwent? Vamos! Só para ter uma ideia, desta marca, um lápis de grafite avulso custa €1.39, um de ilustração custa €1.75 ou €1.93, e um de aguarela €1.75 ou €2.03. No canal Magia da Cor falam nesta opção de comprar avulso. Eu não acho muito útil a não ser que seja para substituir algum num conjunto, ou então para acrescentar ao conjunto que se tem, cores que o mesmo não incluí como, por exemplo, os lápis de ilustração metálicos avulso por €1.80, ou um lápis misturador ou abrilhantador, cada um por €2.36. Para que é que servem? Exatamente como os nomes indicam (ver aqui). 

Voltando aos lápis de grafite, se eu quisesse um conjunto como o recomendado para desenho (ver aqui) podia optar pela Caixa de Lápis de Grafite Academy Derwent (6 lápis) por €5.74. Quanto às borrachas, para além da borracha pão, chegou a novidade do Conjunto de Borrachas Specialist Artist Derwent. Lembro-me do meu pai ter destas borrachas, mas os €5.49 são um pouco exagerados, portanto o Pack de Borrachas Art Eraser Derwent de €2.12 serve perfeitamente. Há uma grande variedade de borrachas, incluindo as elétricas, mas eu nem vou olhar para depois não cair em tentação. Até porque nem preciso! E para concluir, um Afia-Lápis de Metal Derwent fica por €2.20.

Mas o que é que eu vi que me fez repensar a minha lista de compras?

Mamma mia, here I go again,
My my, how can I resist you?

Packs! Quando vejo packs faço contas para ver se vale a pena - dizem sempre que vale, mas normalmente acabamos por comprar o que não precisamos - mas desta vez achei que valia mesmo a pena! 

O Conjunto Lápis Misturador e Iluminador com dois lápis misturadores, dois lápis iluminadores, uma borracha e um afia-lápis custava €8.55. Este pack vale a pena? Se comprar um de cada avulso, fica por €4.72, mas se comprar dois de cada, €9.44 e ainda tem a borracha e o afia-lápis. Vale a pena? Sim, se quiser quatro! Preciso de quatro? Não. Então qual a vantagem de comprar? Posso oferecer! Tenho a quem oferecer? Sim! Pronto, comprei. Peço desculpa, mas depois de passar no departamento de contabilidade mental, tenho de passar no departamento da logística mental.

O Conjunto Criação Lettering Derwent com cinco lápis aguareláveis Inktense, um lápis H2 Graphic, um pincel de água ponta fina e um marcador 0.3 por €15.69. Cá vamos nós outra vez! Este pack vale a pena? Ora se um Conjunto Lápis Inktense Derwent com 6 lápis aguareláveis custa €11, vale! Se 5 lápis avulso custa €10.15, mais o lápis e o pincel de água, sem esquecer o marcador... Vale! Preciso? Não preciso dos lápis aguareláveis, mas ando mortinha para os experimentar. Devo ser a única que ainda não experimentou! O quê? O departamento de logística mental não aceita este tipo de argumento? Bom, então se comprar os dois conjuntos, já tenho um pincel de água, lápis para desenho, borracha e afia-lápis. Só preciso de um pincel fino!

E sozinha, sem ajuda de nenhum funcionário - vá, já é a terceira visita, já sei os sítios das coisas! - lá optei pelo Pincel Ergonómico Raphael Symbiose Série 8020 extrafino 02 por €3.32, pois recuso-me a usar cerdas naturais. Fui buscar ainda um lápis magenta para substituir um do meu conjunto Giotto Naturale, o Lápis Derwent Procolour Magenta 21 por €1.93. Assim também experimento para ver como é! 

O que trouxe então? Um pincel de aguarela 02, um pincel de água ponta fina, um marcador, um lápis H2, dois misturadores, dois abrilhantadores, um lápis de cor, cinco lápis aguareláveis, uma borracha e um afia-lápis por €29.50. Desta vez não tive o desconto habitual de 10% sobre o preço fixo por ter comprado em loja física, pois optei pelo desconto de 20% em talão para descontar numa próxima compra. Vamos ver se vai compensar! 

Nota da contabilidade: €29.50! Até ao momento gastei €00.00! Ops! 

AVISO À TRIPULAÇÃO

Na barra do cabeçalho, abri a página MATERIAL com a lista do material que eu vou comprando e que descrevo neste blogue. Não estou a recomendar nenhum destes produtos e os meus comentários não devem interferir nas vossas escolhas: não acho que tenha experiência suficiente para o poder fazer - estou apenas a listar o que eu comprei, onde comprei e se resultou para mim. Para perguntas ou comentários, existe uma caixa de mensagens disponível nessa página. 

Saturday, September 26, 2020

Colorir para Quem Não Consegue Dormir 2/20

Olá pêssoau, tudo bom? Ando a ver muitos vídeos do Magia da Cor, não ando? Pois ando. A culpa é da televisão que não tem passado as séries que eu ando a seguir, e então fico a ver vídeos atrás de vídeos no YouTube. Mas hoje decidi fazer um exercício do canal Pafiadache (aqui). É um canal brasileiro sobre pintura de livros de colorir, onde fazem lives e têm um clube com extras para os seus membros. Os lives que estão disponíveis ultrapassam 1h de duração, mas eu garanto que não se dá conta do tempo passar! Quando vi, pensei que eram muito longos e que não ia assistir ao vídeo todo, mas enganei-me completamente: já vi alguns lives inteirinhos e quando acabam, quero mais! Vou voltar a este canal mais vezes, mas por agora escolhi este vídeo mais curto que é o indicado para começar.   

O que é um degradé? É uma modification progressive d'une couleur, d'une lumière. Às vezes, o francês soa bem! Só às vezes! Fazer um degradé com lápis de cor não parece complicado e é o mesmo processo usado com grafite para fazer os pontos de luz e sombra.  

Material: Uma tradicional folha de 'papel cavalinho' (120g), lápis de cor Giotto Stilnovo, lápis 1B, régua e marcador preto. 

Como começar: Traçar seis retângulos para os degradés e dois retângulos para as pinturas. Eu optei por fazer os degradés com uma, duas e três cores dentro do mesmo tom na primeira coluna, mas na segunda usei cores diferentes. Para as pinturas, segui os exemplos de paisagem de dia e paisagem de noite, mas fiz silhuetas diferentes, mais ao meu gosto. Resultado:

[falta tirar a foto e inserir imagem aqui. estou atrasada!]

Nota final: Se alguém quiser apenas se dedicar à pintura de livros de colorir e o quiser fazer em comunidade, o clube Pafiadache parece-me o indicado. Eu cliquei no 'Aderir' no YouTube para ver o preço e, para Portugal, fica €5.99 por mês. Do que tenho visto no YouTube e no Instagram (aqui), vale mesmo a pena! Só não vou aderir, porque estou a pagar quase o mesmo valor pelo curso de línguas e ainda tenho o de teatro para terminar este ano; já sei que não consigo acompanhar tudo ao mesmo tempo!  

Saturday, September 19, 2020

Colorir para Quem Não Consegue Dormir 1/20

Não sabia exatamente que título dar a esta série de publicações sobre a arte de colorir - sim, porque colorir não é só preencher uma área com uma cor - e resolvi roubar parte do título do livro de Sarah Jane Arnold, Diário de Colorir para Quem Não Consegue Dormir. Devo dizer em minha defesa que: primeiro, rima; segundo, não tive nenhuma ideia original para o título; terceiro, já fui plagiada tantas vezes que deve ser a minha vez de me apropriar de palavras que não são minhas. Sarah Jane, tal como me disseram a mim quando me queixei de plágio, considera isto uma homenagem!

Como já voaram 5 anos sobre as nossas cabeças desde a última vez que me interessei por arteterapia, fui ao site da Johanna Basford ver as novidades e procurar downloads gratuitos. Há uma parte chamada Happy Place (aqui) com 29 pdf's gratuitos:

  • onde está disponível a coruja do Secret Garden num formato maior, mas para imprimir em paisagem A4 fica reduzido, por isso prefiro o download anterior;
  • escolhi a Inky Butterfly do Ivy & Inky Butterfly que estou a planear pintar em dourados e, se ficar bem, vou tentar imprimir numa folha especial de desenho e refazer o colorido. Tenho grandes planos! Que provavelmente vão falhar, mas o que importa e tentar; 
  • também gostei dos 30 Days of Flowers do World of Flowers, mas recomendo ver aqui, pois em Março, a Johanna Basford lançou o desafio das #30daysofflowers. 'Ah, mas foi em Março!' E depois? O que interessa é fazer, desde que se faça!

Como afinal isto de trata de arteterapia, para ajudar durante o confinamento do Covid-19 em Abril, a Johanna Basford disponibilizou um e-book de 14 páginas, Flourish (aqui). Adorei os passarinhos da página 6, um para cada estação do ano que tenciono fazer em aguarelas; não sei se gosto do padrão de flores da página 7; e achei muita graça à página 8. Imprimi estas páginas em A4 normal, porque se quero pintar em aguarela, tenho de os passar para os blocos de aguarelas. Grandes projetos! Vou tentar não estragar tudo e, pelo menos, fazer UM trabalho bem feito! 


Material: Lápis de cor, ora! Oh, se fosse assim tão fácil! Esta é a série que menos dinheiro custa se não se quiser fazer trabalhos muito elaborados. Basta um conjunto de lápis de cor que tenha sobrado da escola, um bom afia-lápis, um livro de colorir e barata é a festa! 

Eu ainda tenho o que resta de uma caixa de 12 lápis de cor Giotto Naturale. Eu já não tenho a caixa, que entretanto se desfez, mas sei que estes foram feitos em Itália. A mina é muito suave, o pigmento é intenso e o único defeito é que a mina parte com alguma facilidade. Como o pigmento é intenso, eu tenho alguma dificuldade em fazer degradés ou sobreposição de cores, por isso uso-os para pintar o livro Jardins, uma vez que os desenhos não dão para grandes trabalhos coloridos. Não me lembro de ter tido lápis tão fáceis de usar como estes e, quando precisei de mais cores de lápis para fazer as atividades de um caderno criativo (aqui), optei por comprar uma caixa de 24 lápis de cor Giotto Stilnovo (€6.29 na Fnac). Não, não reparei na diferença entre Naturale e Stilnovo e por isso comprei confiante que era a mesma coisa. Não é: já apanhei algumas impurezas na mina e não são feitos em Itália coisa nenhuma! Se fosse hoje, claro que comprava algo melhor por mais €2 a €4, mas agora uso o que tenho! A não ser que venha a descobrir que o meu talento nato são os lápis de cor e decida fazer um upgrade do material.

Como começar: 'Como assim, como começar? Então não é abrir o livro, escolher uma página, pegar num lápis e começar a preencher de cor?' Não! Claro que não! Uma vida inteira a pintar acaba de ir pelo cano do esgoto abaixo, assim, num pestanejar! Óbvio que, enquanto somos pequenos, colorir é apenas preencher uma determinada área com uma cor, mas depois crescemos e connosco cresce a noção de que nada é assim tão simples como parece. Há degradés, tonalidades, brilhos, sombras, uma série de detalhes que devem ser descobertos e usados para tornar as pinturas mais realistas. 'Mas é para ser realista ou para ser antisstress?' Acho que dá para ser as duas coisas ao mesmo tempo, ou então eu estou a desenvolver uma obsessão pela perfeição à conta disto!

Na minha primeira aula de natação - e eu nunca aprendi a nadar! - estávamos sentados no bordo da piscina à espera do professor. Quando este chegou, começou a empurrar-nos para dentro da água. Na minha vez, eu avisei que não sabia nadar, mas levei o empurrão na mesma e não foi nada agradável. Até hoje evito saltar de cabeça no que quer que seja, porque não gosto de engolir um litro de água enquanto tento manter a cabeça à tona, por isso vou começar por este vídeo do canal Magia da Cor:  

Numa tradicional folha de 'papel cavalinho' (120g) - vou usar uma de um bloco escolar que comprei na reprografia por €1, mas prefiro da Canson porque sei que o ph é neutro, sem ácido e com tratamento - tracei os círculos usando uma fita adesiva (sejamos práticos!) com um lápis 1B e segui as orientações do vídeo. Depois fiz as minhas próprias experiências. O resultado? Voilá! 

[inserir imagem colorir_1.2]

Saturday, September 12, 2020

Biblioteca: Arte-Terapia Anti-Stress Jardins - 100 Imagens para Colorir

Vou inaugurar uma nova rubrica: Biblioteca. Obviamente, todos os livros estarão relacionados com arte, porque isto não é um blog de literatura: é um blog do que me der na cabeça.
  
Não me perguntem porque sempre gostei de colorir livros. Sou viciada em livros de colorir desde que sou capaz de segurar um lápis. Pintei paredes, mesas, sofás, bases de copos e, obviamente, livros, mas confesso que papel de parede era o meu material para colorir favorito. 
Sempre gostei de o fazer, mesmo quando já era bastante crescida e só encontrava à venda livros bastante infantis, mas eu podia acrescentar detalhes aos desenhos, transformando-os no que eu quisesse! Este processo de criação divertia-me, por isso não fiquei muito entusiasmada quando surgiram os primeiros livros de colorir para adultos. De repente, o que eu encarava como um processo de criação passou a ser um exercício de descontração e, confesso, eu nunca tinha percebido que o que resultava deste processo criativo era uma mera e singela descontração.

Em Abril de 2015 comprei este livro na Wook. Na altura, os livros de terapia disponíveis - e que não estavam a preços exorbitantes! - eram poucos. Já circulavam os da Johanna Basford, mas, por alguma razão que agora não me lembro, não os encontrei à venda. Não fiquei fascinada com os desenhos deste livro; na verdade, até fiquei um pouco desiludida. Não há uma única página que me dê uma vontade incontrolável de pegar nos lápis, embora algumas páginas pareçam papel de parede! Como o objetivo é arteterapia e antisstress, presumo que sejam próprios para relaxar. Como é que funcionam? 




Arte-Terapia Anti-Stress Jardins - 100 Imagens para Colorir de Ana Bjezancevic. Editorial Presença, 2014 (128 páginas), €10.90 (em 04/2015)

Não faço ideia. Tentei encontrar alguns textos que explicassem, com base científica, os benefícios da arteterapia, mais concretamente da atividade de colorir, mas achei-os tão aborrecidos e chatos - principalmente quando referem Jung e as mandalas - que desisti de os ler.

A primeira coisa que reparei foi na complexidade do desenho: é provável que esta complexidade seja o meio de libertar o stress, o meio de desligar a nossa complexidade do dia a dia dando-nos uma outra complexidade para a mente se entreter. O que é certo, e é por isso que pintamos livros em crianças, pintar um desenho ativa a nossa coordenação e orientação, assim como a concentração. As cores ajudam a criar harmonia nos momentos em que se está a pintar, desenvolve a criatividade e dá-nos motivação, porque afinal queremos concluir a pintura. Sem esquecer que ao colorir um desenho, temos tendência para usar a lógica e a criatividade, o que ativa os os dois lados do cérebro. 
Lembro-me de ter pintado a cara Rainha Má da Branca de Neve de roxo. Não sei se usei a lógica e/ou a criatividade: apenas não gostava muito do roxo e a Rainha Má, transformada naquela velhota de verruga no nariz, arrepiava-me um pouquinho, por isso resolvi pintá-la toda de roxo. Depois irritei-me porque o desenho ficou horrível e arrumei o livro. 

Concluindo: não importa entender os efeitos da arteterapia e antisstress, importa que entretém e é bonito, apela ao lado artístico que todos temos, principalmente aqueles que não sabem desenhar, pois pintar é fácil, não é? Não, não é!

No canal Magia da Cor (entre muitos outros, mas se começar a seguir todos não faço outra coisa!) são feitas recensões a alguns livros: Johanna Basford, Leila Duly e Teresa Goodridge. Eu confesso que gosto de alguns desenhos, mas não consigo escolher um único livro, porque gosto de desenhos de vários livros, mas de nenhum em especial. Existem com certeza muitos sites com desenhos disponíveis como o The Guardian, que mantém uma página (clicar aqui) disponível desde 2013 com 5 desenhos para download do Secret Garden. Eu escolhi a coruja (2), embora não seja um dos meus preferidos, mas costuma aparecer muito nos tutoriais do YouTube, e um fundo floral (3) porque é o usado no Magia da Cor para fazer o 'efeito de vitral'. Fiz o download e imprimi em cartolina branca A4 - não será o melhor tipo de papel, mas era o possível na reprografia, e não fiz em A3 porque assim posso guardar com mais facilidade, embora os desenhos tenham ficado pequenos. 


Nota: Mais links para downloads gratuitos da Johanna Basford aqui

Passados cinco anos desde a minha compra, fui à Fnac ver o que estava disponível: nove livros, em inglês e português, entre os €10 a 20 euros; e à Wook: trinta de três livros, em inglês e português (mais treze em francês e espanhol), entre os €15 e os €20. Encontrei um que não é bem deste estilo, mas que combina com o título deste blog e que pode agradar a alguém: Diário de Colorir para Quem Não Consegue Dormir de Sarah Jane Arnold. Editora Nascente, 2017 (€13.29).

Saturday, September 05, 2020

Loja: Ponto das Artes - o que me esqueci de comprar!

Passaram-se três longos meses, mas a vontade de fazer aguadas desajeitadas continua! Tenho todo o meu material de pintura e de desenho guardado numa caixa, exceto os lápis e os pincéis, para os quais devia arranjar estojos, uma vez que não os uso com tanta frequência que se justifique tê-los ao pó, mas ficam muito bem a colorir e a decorar as minhas estantes. Passaram-se três longos meses? Voaram três longos meses durante os quais, depois de concluir que era impossível entrar num avião, decidi ficar por casa, no que me está mais próximo. Se a pandemia nos tem de ensinar alguma coisa, que nos ensine a descobrir a beleza dos pequenos lugares que nos estão próximos. 

Aproveitei uma ida à baixa para voltar ao Ponto das Artes, pois tinha-me falhado um pormenor muito importante: precisava de fixador para os desenhos a carvão. Optei por comprar o Spray Fixativo Academy Ghiant que serve para tudo, por €5.47 em vez de um mais caro e específico. Aproveitei também para comprar um bloco Canson XL Aquarelle 300g A5 de 20 folhas, por €4.68. É igual ao A4 de 30 folhas que já tenho guardado. Tenho muita esperança que consiga fazer umas pinturas bonitinhas e, caso queira guardar algumas, convém ter um bom bloco para as fazer. Queria também uma caneta à prova de água, pois tenho em mente fazer umas ilustrações. Comprei um Marcador Pigma Micron Sakura Ponta 0.25mm Preta por €1.44. Foi um pouco à sorte. Num dos seus vídeos, a Mika Serur recomenda uma ponta mais grossa para os contornos exteriores e uma ponta mais fina para os contornos interiores. De facto é uma boa dica, porque faz um efeito muito natural, mas como eu não tinha pensado bem neste assunto ainda, acabei por aproveitar a viagem e comprar só esta. É no que dá evitar muitas deslocações. 

Passei ainda numa Flying Tiger e comprei um godé redondo em forma de flor muito bonitinho que tenho visto em vários vídeos. O indicado é de porcelana, mas eu comprei de plástico. Não sei se vai manchar muito - o meu pequeno godé já está bastante manchado - mas por €1 não se pode pedir mais!

Por fim, com a minha saca de compras enfiada no braço, fui ao Starbucks mais próximo. Há algo de mágico que nos acontece quando se tem enfiada no braço uma saca com produtos de arte. Toleramos a cotovelada o transeunte que não se afastou e decidimos dar uma oportunidade a quem nos desiludiu. Neste caso, ao café que nos desiludiu.
Durante anos fui ávida consumidora do Starbucks, principalmente em Atenas, ao lado da igreja Evangelismos Theotokou na Mitropoleos (agora um pouco mais abaixo, na Mitropoleos com a Aiolou), ou um de serviço que havia perto da Akadimias, que acabou incendiado nas manifestações de 2010 ou 2012, onde eu comprava o meu café antes de apanhar o autocarro para a faculdade.
De todos os Starbucks por onde passei, o da minha cidade natal tinha de ter o café mais horrível. Como é que são capazes de me fazer uma desfeita destas? Como? Pedi um frapuccino tall mocca (cobram mais €0.30? Really?) e, porque estava com fome, pedi uma fatia de bolo de limão que estava a olhar para mim, molhadinho, com cobertura de açúcar branco como nas cavacas de Resende que eu gosto muito... Como é que são capazes de me fazer uma desfeita destas? Como?

Nota da contabilidade: Nestas compras, gastei €15.62! Total de €!   

Sunday, May 31, 2020

Loja: Ponto das Artes, Porto

Há já muito tempo que não entrava numa loja onde me sentisse tão entusiasmada! Talvez por ter sido a primeira loja em que entrei depois da época de confinamento, senti mais entusiasmo do que aquele que senti ao entrar na loja Prada em Nova Iorque. Acreditem, é verdade! Até porque nunca me entusiasmei muito com moda. E já tinha entrado na Versace em Roma. Gosto muito da Medusa!

Bom, eu tinha três hipóteses: 
  • desistia das aguarelas e arranjava outro entretenimento - crochet, por exemplo;
  • continuava com o material que tenho e tentava fazer melhor - missão impossível;
  • fazia um upgrade ao material, enchia o peito de coragem e tentava fazer melhor.
Optei pela terceira hipótese, obviamente. Ainda é muito cedo para me declarar a pior pintora de aguarelas do mundo e sou muito nova para fazer crochet. É coisa de velha, não é? E estabeleci um limite, não por questões económicas, mas por questões de logística: decidi que não posso acumular muitos materiais em casa, não só por falta de espaço, mas pelo desperdício que é, porque depois estorvam, ninguém os quer e vão para o lixo. Assim, estabeleci o limite de €100! Não é por ano, mas também não é para a vida toda! A regra é esta: só é permitido ultrapassar os €100 se e só se  - eu preciso de matemática, lógica e muita filosofia para estabelecer regras! - gastar os materiais que tenho.  

Encontrei a loja Ponto das Artes por acaso e nunca, mas nunca me tinha apercebido da sua existência. Realmente, só vemos o que estamos preparados para ver, pois passei na frente desta loja inúmeras vezes e nunca tinha dado conta. Andava a pesquisar as borrachas-pão e vi o anúncio da loja. Embora fechada por causa do confinamento, aceitava encomendas online, mas como eu não conhecia os materiais, queria vê-los e fazer perguntas antes de os comprar. Pesquisei exaustivamente todo o site, vi todos os materiais relacionados com aguarelas e fiz a minha lista. Como é uma loja da especialidade, não tem materiais 'fracos', isto é, para além dos profissionais, tem os produtos adequados para os estudantes de artes. Foi por esta gama que optei depois de muitos cálculos e análises macroeconómicas da minha equipa, que me propôs a seguinte equação praticamente merecedora do Prémio Nobel da Economia: 

qualidade x preço <=> jeito da artista

Precisava urgentemente de pincéis. Seguindo a lista dos pincéis recomendados no Magia da Cor (aqui), tentei encontrar uma forma de adquirir pincéis espatulados, redondos e de ponta fina de vários tamanhos, tendo em conta a minha equação. Optei pelos conjuntos de Pincéis para Aguarela Campus. São pincéis de cerdas não naturais, em cabos de madeira longos lacados. São vendidos em conjuntos de 3 pincéis numa variedade de quatro tamanhos: S, M, L e XL e cada conjunto traz um espatulado, um redondo e um ponta fina. Concluindo, isto dá: 
  • 4 pincéis espatulados, tamanhos 4 (S), 8 (M), 12 (L) e 20 (XL); 
  • 4 pincéis redondos, tamanhos 8 (S), 12 (M), 16 (L) e 20 (XL);
  • 4 pincéis de ponta fina, tamanhos 2 (S), 4 (M), 8 (L) e 10 (XL).
Feitas as contas, o total destes 12 pincéis era de €15.91. 

Seguiram-se as tintas. Decididamente, as minhas não eram nada boas, tendo em conta os resultados nos vídeos que fui vendo. E se lidar com a imprevisibilidade da aguarela já é difícil, lidar com a má qualidade da aguarela é ainda mais difícil. Pondo de lado as maravilhosas marcas profissionais disponíveis nesta loja, reparei que a Derwent, que apenas conhecia do meu lápis de grafite, tem a linha Derwent Academy, mais em conta pois, como o próprio nome indica, é para estudantes de arte. Passou a ser a minha marca para tudo neste momento. Escolhi:
  • a Caixa de Pastilhas Aguarela Derwent Academy de 12 cores: a paleta vem numa caixa metálica cuja parte superior tem 3 secções e traz ainda um pincel fino; 
  • o Conjunto Aguarela Derwent Academy de 12 tubos de 12ml: a paleta vem numa caixa de plástico, sendo útil um godé com tampa, daqueles com uma coluna para colocar a tinta e outro para diluir na água.
As cores da caixa são amarelo ácido, laranja, vermelho, azul escuro, azul, verde escuro, verde claro, ocre amarelo, terracota, umber queimado, preto e branco. Esta paleta estava marcada por €8.15. Inacreditavelmente, a paleta de tubos estava mais barata, €7.85. Vou guardar os tubos para outras aventuras e já abri o estojo das pastilhas. Eis o resultado: 

[imagem]  

Usei o pincel espatulado n.º 4 e aproveitei para experimentar todos os outros. À medida que os experimentava, percebi que os XL serão apenas úteis se fizer pinturas grandes e vai fazer-me falta um pincel fino. O da Derwent, que vem no estojo das pastilhas, é perfeito, mas talvez um pincel mais fino ainda, para pequenos detalhes, não seja má ideia, assim como um leque. À primeira vista pode parecer que não faz falta nenhuma, mas se pensar num modo de pintar árvores, talvez seja útil. 

Por fim, os acessórios: a máscara e a borracha. Optei pela Máscara Líquida Sennelier e queria o frasco com aplicador, mas como não estava disponível, tive de optar pelo de 75ml por €7.04. Quanto à borracha, optei pela Borracha Pão da Faber-Castell por €1.03, não porque goste muito desta marca, devo ser das poucas pessoas que não a prefere às outras do género, mas porque tem a vantagem de vir numa prática caixinha para guardar. A Borracha Miolo de Pão da Derwent custa €2.28 e a da Inart €0.80. Como duram bastante tempo, optei pela que me pareceu mais prática para guardar. 

Nota: Tinha na minha wishlist da Fnac a Borracha Pão da Faber-Castell. Não está disponível na loja, é vendida por um agente, por €4.90. Antes de comprar qualquer coisa, convém sempre pesquisar!  

Já cortei uma tira de meio centímetro e guardei a restante, embrulhada num plástico extra, dentro da caixa para preservar. É das coisas mais estranhas que já experimentei no mundo das artes: basta ir amassando e moldando da forma que mais jeito der para apagar, e guarda-se também embrulhada num plástico para não secar. As linhas a lápis desaparecem suavemente e o papel mantém-se intacto. 

Tive um grande problema quando fui ver os expositores com material para desenho: bastou-me ver a Derwent para ficar com vontade de comprar tudo e mais alguma coisa! Tentei concentrar-me no que era verde (a Derwent é azul, a Derwent Academy é verde), mas a tentação era muita! Demonstrei grande controlo ao apenas escolher um conjunto de lápis de carvão para fazer experiências e esfuminhos. Finalizei as compras com um Conjunto Lápis Carvão Derwent (blister com 4 lápis de carvão claro, médio, escuro e branco) por €4.60 e uma embalagem de 3 diferentes tamanhos de Esfuminhos da Talens por €1.04. A assistente da loja respondeu a todas as minhas perguntas e foi buscar o que eu não encontrei com rapidez: foi a rainha da eficiência. Quando vi a conta, percebi que fazem desconto em todos os artigos, ou seja, em vez dos €39.98 previstos, paguei €29.27! Guardei as compras no meu saco de pano e voltei para casa de máscara, por isso ninguém reparou no meu mega sorriso!

Nota da contabilidade: Nestas compras, gastei €29.27! Total de €00.00!   

AVISO À TRIPULAÇÃO

Vou suspender os meus relatos artísticos por três meses. Preciso de tempo para terminar a formação de teatro e gosto de desligar-me do mundo nos meses quentes. Infelizmente, não vou poder ir para nenhuma ilha, a não ser através dos livros do Lawrence Durell que gosto de ler à sombra de uma árvore em Anafiótika, enquanto ouço o Mia Varka Gia Na Pas Apenadi do Giannis Parios. Durante a pandemia, restam-nos os livros!

Friday, May 01, 2020

'O Caminho Não Seguido' e 'Os Contornos do Rosto Dele'

Robert Frost escreveu dois poemas que todos devíamos conhecer: o primeiro é 'Stopping by Woods on a Snowy Evening', já referido no final da publicação 'Cores de Água' 3/20, e o segundo é 'The Road Not Taken' (ouvir aqui). Nos dois poemas, o segredo reside nos três últimos versos que se aplicam a tudo - ou a quase tudo - na vida!

Para pintar não é preciso saber desenhar, ou saber desenhar muito bem; a identidade de cada artista está na sua criatividade e na forma como transforma a sua ideia numa obra de arte - sempre dentro das suas limitações. Se olharmos para uma pintura de Wassily Kandinsky (1866-1944) ou de Paul Klee (1879-1940) e ficarmos com a ideia de que conseguíamos fazer igual, estamos a estrangular o nosso artista interior! Se olharmos para as obras de Kandinsky ou Klee e nos sentirmos impelidos a fazer algo diferente - o que é bem mais difícil, senão impossível - teremos talvez uma hipótese! 

Kandinsky, Composição VII (1913), Galeria Tretyakov, Moscovo
Klee, Máquina Chilreante (1922), Museu de Arte Moderna, Nova Iorque 

Então, o que se segue? Por onde começar? Pelo desenho! O bom e velho desenho! Ingrés (1780-1867) terá dito que o desenho é a 'probabilidade da arte'; sem  desenho não há pintura, porque o desenho não é apenas o contorno, é a expressão, a forma, o modelo - o primeiro passo para a pintura. A verdade é que não importa se sabemos desenhar ou não, o que importa é encontrar o nosso estilo de desenho e, para isso, temos de começar pelo início!

Plínio, o Antigo, Naturalis Histotiae, 35.151

Por volta de 650 a.C., em Sicyon - pequena vila do Peloponeso a 20 km de Corinto - vivia o famoso oleiro Butades e a sua filha, Kora. Ela era muito bonita e tinha muitos pretendentes que visitavam  a oficina, a pretexto de verem os trabalhos de Butades, mas na verdade iam com a esperança de verem Kora, nem que fosse por breves segundos. Butades empregou um jovem de Corinto como aprendiz. Ele tornou-se bastante querido do oleiro e não demorou muito para que ele e Kora se apaixonassem, mas rapidamente chegou o dia em que ele estava pronto para voltar à sua cidade e abrir a sua própria oficina. Antes de partir, convidou Kora para um breve passeio em jeito de despedida.
Caminharam lentamente até ao templo, junto do qual se sentaram. Kora admirava-o atentamente, com medo de se esquecer do seu rosto assim que ele partisse. 'Porque é que esquecemos os rosto daqueles que mais amamos quando estes se ausentam?', perguntou a si mesma. O sol parecia caminhar mais rápido do que o habitual, projectando a sombra do rapaz na parede ao lado. Ele moveu a cabeça e Kora viu o seu perfil na parede: 'Não te movas!', pediu. Agarrou num fragmento de cerâmica de um vaso que alguém ali tinha deixado cair, e desenhou os contornos do rosto dele.

Jean Baptiste Regnault, A Origem da Pintura (1785), Musée de l'Histoire de France, Paris

Depois de um mês a experimentar aguarelas, percebi que o próximo passo era aprender - ou reaprender - a desenhar. Este foi o caminho que não segui quando resolvi dedicar-me às aguarelas. Vou dividi-lo em duas partes: 'O Caminho não Seguido', para os primeiros passos no desenho e 'Os Contornos do Rosto Dele' para os desenhos de objectos. 

Sunday, April 26, 2020

'Cores de Água' que Imprimem Causas 8/20

E eis que chegamos ao fim de mais um mês de aguarelamentos infrutíferos! Durante a semana fiz um périplo pelo YouTube e pelo Instagram, à procura de inspiração, e eis que ela me surgiu quando eu menos esperava! Mas vamos por partes. O canal Magia da Cor tem umas 'aulas' que eu pretendo seguir, mas o que me apetecia mesmo era descobrir se tinha capacidade para fazer as minhas próprias pinturas, a partir dos meus desenhos, traços meus, para não copiar os trabalhos dos outros. Precisava de um balanço e foi exatamente isso que eu fiz! Peguem numa almofada extra, sirvam um café ou um chá, talvez um copo de... O quê? Se vai ser chato? Claro que vai! Não querem...? Mudem de blogue!

Material:      
  • o bloco de desenho Canson Imagine 200g A5 tem servido perfeitamente para as primeiras experiências; tenho usado os dois lados e as folhas ficam um pouco retorcidas, mas paciência!
  • a caixa de 12 aguarelas Giotto com pincel sintético também foram suficientes até agora, embora as pastilhas mais escuras me causem alguns problemas; não consigo que se espalhem de forma uniforme, mas pode ser simples falta de jeito!
  • dos 3 pincéis escolares Giotto (números 3, 4 e 5) são perfeitamente dispensáveis até porque, como as cerdas ficaram de tal forma 'despenteadas', foi impossível usá-los uma segunda vez!
  • não listei, mas tinha comprado um pincel-água (pincel com reservatório) de 8mm por €2.50 numa loja chinesa, uma vez que o material que tinha comprado era, afinal, feito na China; já o experimentei, para ver como funcionava, mas ao apertar o reservatório de água, esta sai por todo o lado, menos pelas cerdas!
  • godé é muito útil e indispensável, por isso preciso de um maior; já referi que para aproveitar as tintas será mais adequado um godé com tampa, no entanto, por agora, eu não pinto todos os dias e não sei como ficará a tinta de uma semana para a outra; 
  • a fita de papel é um pouco forte, tenho de a colar e puxar na mesa de trabalho várias vezes; se a fita ficar muito tempo no papel, pode rasgar o mesmo ao ser retirada; convém também ter cuidado com o tempo quente, pois a cola pode derreter e passar para o papel, deixando-o pegajoso e inutilizado;
  • toalha, recipientes para a água, muita água e... material de desenho! O desenho é um assunto à parte! Por agora importam os pincéis, depois as pastilhas de aguarela e por fim o papel, pois não podemos pintar sem os três!    
PINCÉIS

O primeiro problema que encontrei com os pincéis foi o nome deles. Reparei que os nomes não são iguais em português pt e br e cada pessoa lhes dá um nome diferente, tentando caracterizá-lo pela forma. Os pincéis usados nas aguarelas são o espatulado (pt) ou chanfrado (br), o redondo, o angular ou biselado, o leque, o língua de gato e o de ponta fina ou extra fina. Claro que, cada um, varia em tamanho. 

  
Tanta variedade de pincéis implica descobrir para que servem. A solução está em ver como são usados e experimentar cada um para entender os efeitos que fazem. Já descobri que o tamanho das cerdas - longas no caso dos pincéis para aguarelas - é por si só um desafio, pois se o pincel estiver bem embebido, dá para preencher uma grande área de papel, o que também é problemático quando a área a preencher é pequena e as cerdas puxam muita água. Por esta razão - pela fluidez da água - os pincéis de aguarelas são macios, sendo os ideais os de cerdas naturais. Embora me pareça que haja bons pincéis sintéticos, as marcas mais reconhecidas usam pelo de marta ou de esquilo. Confesso que me incomoda saber que pode andar por aí uma marta ou um esquilo com pelo cortado para eu fazer umas pinturas, por isso vou continuar a usar os sintéticos.   

O facto de preferir pincéis sintéticos não significa que não deva cuidar deles, muito menos deixá-los na água por tempo indeterminado, pois as cerdas ficam dobradas. Já criei o hábito de os deixar pousados na toalha. Há alguns produtos e acessórios para lavar os pincéis, mas uma boa esfregadela com detergente líquido da louça resolve o assunto. Existem porta pincéis e estojos para os guardar, mas deixá-los num copo com as cerdas para cima é mais prático. 

O que eu não sabia: Os pincéis naturais, depois de lavados e secos, ficam descabelados - os sintéticos estão sempre em forma! No vídeo sobre pincéis no canal Magia da Cor (ver aqui) é recomendado que se use cola em stick para manter as cerdas coladas e protegidas, substituindo assim a goma que trazem quando os compramos. A cola usada é a 'Pritt original', mas creio que uma cola em barra para papel resulte da mesma forma. Antes de usar os pincéis, basta lavá-los com água. Esta recomendação é indicada principalmente para os pincéis mais finos, para evitar que as cerdas abram. 

Que pincéis devo ter? É a pergunta para 1.000.000Δρ - quase €3.000, não é muito, mas dá para muitos pincéis! No mesmo vídeo, é recomendado consoante a quantidade de pincéis que se pretende adquirir: três, cinco ou sete pincéis. Os primeiros três são: espatulado 22, espatulado 10 e redondo 4, com ponta fina para substituir um de ponta fina; se preferir cinco, acrescentar: redondo 11 e espatulado (não indicou o número); se preferir sete, acrescentar: língua de gato 7 e extra fino (não indicou o número); por fim, recomenda um leque.


Há no mercado uma variedade de pincéis e, mesmo entre as marcas direcionadas para amadores, é possível encontrar bons materiais. Pesquisei numa loja da especialidade e descobri que consigo comprar quatro finos, quatro redondos e quatro espatulados (total de doze pincéis) por €15. Estou só à espera que a primeira fase de desconfinamento comece para poder voltar a uma certa normalidade e fazer compras em loja! [sobre a loja e o que comprei, ver aqui]

No périplo que fiz no Instagram, encontrei a  (ver na lista dos links) - uma das minhas preferidas - e vi que ela recebeu um pincel-água da Faber Castel. Tinha visto que estava disponível na Fnac e encomendei um por €6. Não sei exatamente que tamanho será, mas vamos ver!

SANTORINI MINIMALISTA  

O YouTube e o Instagram servem para inspirar, descobrir e aprender, mas para inspiração mesmo, não há melhor do que o bom velho amigo Pinterest. O meu problema com esta rede de partilha é que nem sempre consigo localizar o autor da imagem, mas como fonte de inspiração é do melhor que há.

Não desenho há mesmo muito tempo. Tenho um bloco de desenho Canson XL Croquis 90g A4 tão antigo que até a capa já mudou. Mas o bloco - assim como o lápis 7B da Faber Castell - estão em perfeitas condições e os anos pararam por mim, mas não por eles! Acho que está na altura de lhes dar utilidade. Fiz então um esboço simples, testei com lápis de cor, passei o desenho para um papel vegetal e transferi para o verso da última folha usada. Chamei-lhe 'Santorini Minimalista'. A anos-luz de estar próximo do que imaginei, consegui sobretudo divertir-me ao fazê-lo - foi o mais importante.

Sunday, April 19, 2020

'Cores de Água' que Imprimem Causas 7/20

Depois de uns dias a olhar para o resultado do Staircase in Tokyo, devo dizer que a vontade de aprender a pintar aguarelas estava a ir nas fortes correntes do rio Douro. Com o ânimo ainda um pouco abaixo de zero, preparei a mesa, os pincéis e... mãos à obra! 

Até agora tenho usado o pincel sintético do estojo de pintura da Giotto, mas da última vez que usei as aguarelas, deixei os três pincéis naturais da mesma marca na água, por causa da goma que tinham no pelo. Quando os lavei para tirar toda a goma, pareceu-me impossível usá-los pois os pincéis secaram e ficaram completamente despenteados! Em vez de 'Giotto' (de Giotto di Bondone, pintor italiano) podiam ser 'Einstein'! Separei o pincel nº 3 para usar nas áreas mais pequenas do desenho, embora esteja desconfiada se o seu estado despenteado-efusivo vá servir para alguma coisa!*

Mentalmente, pelas mesmas razões explicadas na publicação anterior, ordenei as cores e comecei as misturas. Desta vez, sem qualquer expectativa! Como não tenho máscara para aguarela, cortei um pouco de fita de pintura para colar na lua na terceira 'janela' e na sombra da lua no fundo da piscina (8). Não vou usar cores próximas para poder sobrepor, por isso decidi experimentar com fita a ver se resultava.

Lá fui, usando a mesma técnica que usei na 'causa' anterior: mistura, mistura, experimenta, está mal, mistura, experimenta, está bom e pinta! Ignorei dois pormenores do desenho original para reduzir aos espaços pequenos e:
  • pintei do (1) ao (7) e esperei que secasse para tirar a fita da lua, uma vez que ia acentuar a mistura (3) para fazer a (8) e já estava sem espaços no godé;
  • só depois de pintar o (5), (6) e (7) é que percebi que podia ter usado a técnica de três camadas do mesmo tom: primeiro o (5), depois escurecia um pouco para o (6) e fazia o mesmo para o (7), mas pintei como se fossem três partes diferentes.
Seria interessante repetir o desenho para ver se, usando outras técnicas, conseguia melhores resultados. Hum... De momento, não estou com vontade de me torturar a mim mesma! Acho que é um bom exercício para fazer mais tarde e com outro desenho. Estes são difíceis de reproduzir! Retirei, então, a fita e resultou! Fiquei com os espaços limpinhos para pintar num outro tom! O que não quer dizer que tenha feito um bom trabalho...

Por fim, usei o pincel descabelado para a pequena área (10) por cima da (5) e (1). Assim que apanhou tinta, o pincel deixou o seu ar descabelado e portou-se à altura. Reparei que é muito mais suave do que o sintético, ao ponto de ser necessário uma mão mais 'leve' para o usar. Acho que percebi a diferença entre os pincéis sintéticos e os naturais, mas não pude deixar de pensar que estava a usar pelo de pónei. No entanto, escusava de o usar, pois o pincel sintético dava perfeitamente conta do recado!

Finalmente, mais uma 'causa' concluída! Retirei toda a fita - antes de a usar, tenho mesmo de lhe retirar um pouco de cola; provavelmente foi por estar há alguns dias no papel, arrancou-me um pouco da superfície do mesmo tanto em cima como em baixo - e vi o resultado dos dois desenhos.



Desta vez não sobraram tintas para uma experiência. Ou foi sorte, ou aprendi a calcular exatamente a quantidade de tinta que preciso! Será que aprendi? Nááá! Foi mero acaso!

Resta-me agradecer à Charlotte Taylor por me ter deixado usar os seus desenhos e pedir-lhe desculpa por os ter assassinado! Por falar em assassinato, e se eu fosse para Rhodes resolver um crime? [aqui]

NOTAS:
* Há uma técnica para 'pentear' os pincéis 'Einstein' que vim, mais tarde, a descobrir. Ver aqui. 

Sunday, April 12, 2020

'Cores de Água' que Imprimem Causas 6/20

Decidi deixar as tentativas de variação de cores e explorar outro lado: a pintura ou preenchimento de áreas com uma só cor, de modo a criar estruturas. Decidi começar pelas obras da Charlotte Taylor (conta do Instagram aqui) que está ciente do que eu vou fazer. Espero que não desmaie se vir o resultado final.

Charlotte Taylor, Staircase in Tokyo e Morning Pool

Escolhi estas duas para começar, uma vez que só preciso de uma cor para cada espaço. Como é que eu pensei em 'aguarelar' isto:
  • dividir uma folha em duas áreas com a fita de pintura;
  • passar os desenhos para o papel com traço leve, pois ainda não comprei a borracha pão;
  • listar as cores que preciso - quero preencher tudo, portanto vou tentar 'sujar' um branco para as zonas mais claras, tudo será preenchido; 
  • organizar a ordem da pintura - do mais claro para o mais escuro.
E cá vamos nós! Resolvi poupar no papel - desde a experiência 1 que estou com baixas expectativas quanto à minha carreira como aguarelista - portanto dividi uma folha Canson Imagine 200g A5 a meio com a fita de pintura e passei o desenho a lápis.* Estou a usar um Faber Castell 9000 7B e o risco é muito escuro. No canal Magia da Cor é recomendado um HB ou um 2B. Já acrescentei no meu carrinho de compras, mas como ainda não comprei, trabalho com o 7B que é ótimo para fazer borradas! Eu bem tentei um traço leve, mas ficou bastante escuro. Ainda tinha uma borracha Staedtler Rasoplast novinha e usei para passar por cima do desenho: ficou preta! 

Escusado será dizer que o segundo desenho foi mais difícil de passar, pois tem bastantes traços curvos, mas já lá vamos!

Staircase in Tokyo parece simples, mas está longe de o ser. A profundidade e os ângulos são dados apenas pela cor e eu ainda não testei pintar em profundidade! Depois do desastre da experiência 1 - sim, eu já vou parar de referir o pior desastre das minhas 'causas' - pior não pode sair, por isso prendi o desenho, numerei as cores mentalmente, usei o verso da folha das experiências para as testar e lá fui eu! Já sabia que não ia conseguir tons idênticos ao original, ou a este original, que segui pelo telemóvel e não por uma impressão em papel, uma vez que a reprografia está fechada dado o estado de emergência em que vivemos. Nunca me passou pela cabeça, de repente, ver a minha vida de pernas para o ar por causa de um vírus que provoca infeções respiratórias graves. Quão frágeis somos nesta bola azul suspensa no espaço?


Voltando às 'cores de água'! Fui puxando água (cinco gostas com o pincel) e o pigmento para o godé, misturando até obter o tom que mais se aproximava do original. A minha lógica foi esta: 
  • (1) 5xs água + 2xs branco + 1x preto;
  • (2) ao (1) acrescentei 2xs branco + 1x amarelo;
  • (3) ao (2) acrescentei 3xs amarelo;
  • (4) num novo espaço do godé: 5xs água + 1x vermelho; 
  • (5) ao (4) acrescentei 2xs vermelho;  
  • sim, eu sei que isto é chato como tudo, mas o blogue é meu e eu é que decido o que me apetece escrever, por isso vou continuar;
  • (6) num novo espaço, 5xs água + 1x verde claro;
  • (7) ao (6) acrescentei 2xs verde claro;
  • (8) ao (7) acrescentei 2xs verde escuro;
  • (9) ao (8) acrescentei 2 xs verde escuro;
  • (10) no último espaço do godé, 5xs água + 2xs preto. 
No fim, tinha todo o desenho preenchido, embora o (1) e o (2) sejam praticamente impercetíveis, garanto que se nota qualquer coisa no papel! O (3) e o (5) ficaram muito espessos: o (3) achei que estava muito claro e não estava, tendo de voltar a misturando até obter o tom final; o (5) reparei que estava muito espesso pois é resultado da mistura do (4). Nunca, em momento algum, me lembrei de diluir com água! Por um lado ia clarear mais do que queria, por outro ia diluir, mas o facto de ter ficado espesso permitiu que estes tons escuros tenham saído melhor, basta comparar com o (9) e o (10). 

Resultado final? Não desmaiem, ok? Podia ser pior!


NOTAS:
* Há um vídeo no canal Magia da Cor sobre como passar um desenho, mas nesta altura eu ainda não o tinha visto. Clicar aqui para ver as minhas notas sobre esse vídeo.

Sunday, April 05, 2020

'Cores de Água' que Imprimem Causas 5/20

Mais uma semana, mais uma borrada! Desculpem, aguada! Andei a semana toda a varrer o que resta da minha vontade de continuar e percebi que tenho mais vontade do que jeito, por isso resta-me continuar. Em frente! Em frente como o D. Quixote contra os moinhos de vento!

No verso da terceira tentativa da variação de cores resolvi variar pela última vez - esta é a última variação que faço, já estou cansada de variar e não conseguir bons resultados. Como não sabia bem o que variar, risquei círculos, apaguei, risquei quadrados, apaguei, risquei retângulos, apaguei até que resolvi fazer aqueles triângulos que a Mika mostrou no vídeo que já partilhei (2/20). A versão oficial é que eu quis fazer uns triângulos diferentes para não estar a copiar as ideias dos outros, mas a verdade é que eu devo ter bloqueado de tão farta que estava de traçar e apagar círculos, quadrados e retângulos, que não consegui fazer os triângulos sobrepostos; assim fiz triângulos dentro de triângulos e o objetivo era pintar o primeiro mais claro e o segundo mais escuro. O resultado do desastre, digo, trabalho foi este:


Sobrou um pouco de tinta. Inspirada por uns vídeos que vi no Instagram - talvez o motivo do meu desânimo, porque há pessoas que fazem trabalhos tão lindos e eu ainda ando aqui às voltas com as variações - resolvi pela primeira vez, repito, pela primeira vez, pintar sem pensar em nada, apenas seguir o que a minha intuição dizia para fazer.

Arranquei nova folha ao bloco - pensei, confesso que pensei se ia desperdiçar assim uma preciosa folha, mas como tenho planos de grandes pinturas para a próxima semana, vou precisar de uma folha para teste, por isso vou aproveitar o verso desta para 'rascunho' - fiz um retângulo com a fita de pinturajá comprei uma, por €1.40, numa loja aqui da minha rua que vende produtos para jardinagem e bricolage - peguei no pincel e lá deixei a minha intuição fluir. Conclusão: a minha intuição anda muito mal! Não sei o que é que lhe deu, só sei que inspirada pelos vídeos que vi de céus estrelados e paisagens magníficas, saiu uma borrada a que chamei experiência 1. É preciso ter coragem para publicar maus trabalhos, e eu não tenho! Foi a minha primeira pintura sem desenho de fundo e o desastre foi tão grande que vou terminar por hoje! 

Sunday, March 29, 2020

'Cores de Água' que Imprimem Causas 4/20

Já vou na quarta publicação sobre as ditas 'cores de água' que Shakespeare disse que 'imprimem causas'? Por esta altura já devia saber pintar, não? Não! Muito longe ainda de dominar água, quantidades de pigmento, variações de cor... A única coisa que parece que estou a dominar é o pincel. Pelo menos é a ideia que dá a partir da minha última tentativa! 
O que foi que eu fiz desta vez? (Para além de ter aprendido a por musiquinhas nos vídeos?) Ainda a matutar na variação de cores da Mika e na tentativa falhada que partilhei na publicação anterior (3/20), peguei numa nova folha - já só tenho 48! - risquei uma série de retângulos e lá comecei, como na 'causa' anterior, a pintar do mais claro para o mais escuro:

  • (1) variação do rosa - falhada! 
  • (2) variação do azul - sem comentários... 
  • (3) variação de roxo feito por mim mesma - como sobrou muita tinta do (1) e (2), resolvi aproveitar e misturar as duas, acrescentando um pouco de pigmento de cada um, de cada vez que avançava nos retângulos, mas falhou por completo! 
  • (4) variação do amarelo - VITÓRIA! Finalmente consegui! Mereço champagne! Vou dar uma festa com fogo de artifício como a do Gatsby-versão-DiCaprio!
  • (5) variação de verde estranho feito por mim mesma - mais uma vez, sobrou tinta da (3), que já era mistura da (1) e (2), e resolvi misturar com o que sobrou do amarelo da (4), conseguindo um 'verde estranho'. Aqui foi fácil conseguir a variação: bastava ir acrescentando um pouco da mistura do (3) de cada vez que avançava para um novo retângulo. Fácil! (Disse ela, como se percebesse muito disto!)
Enquanto secava e eu apreciava o trabalho hercúleo... O quê? Menos? Menos?!?! Vocês sabem lá o que isto custa! Sim, trabalho hercúleo! Isto é mais difícil do que matar o Leão de Nemeia ou apanhar todas as aves birrentas do Lago Estinfálio! Vocês sabem lá! Quê? Onde é que fica o lago?...

Estava eu a dizer, enquanto eu apreciava o trabalho hercúleo da variação de cores, dei por mim a concluir que era mais fácil se fizesse ao contrário! Se começar por um tom mais escuro e se for acrescentando água, consigo um tom mais claro com mais facilidade? E se usar aguarela em bisnaga, será que desperdiço mais ou será que controlo melhor a variação de cor? Pelo menos controlo melhor a quantidade de tinta... E se usar um conta-gotas? Controlo melhor a variação de cor ou estou apenas a desenvolver um transtorno obsessivo compulsivo?