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Sunday, April 19, 2020

'Cores de Água' que Imprimem Causas 7/20

Depois de uns dias a olhar para o resultado do Staircase in Tokyo, devo dizer que a vontade de aprender a pintar aguarelas estava a ir nas fortes correntes do rio Douro. Com o ânimo ainda um pouco abaixo de zero, preparei a mesa, os pincéis e... mãos à obra! 

Até agora tenho usado o pincel sintético do estojo de pintura da Giotto, mas da última vez que usei as aguarelas, deixei os três pincéis naturais da mesma marca na água, por causa da goma que tinham no pelo. Quando os lavei para tirar toda a goma, pareceu-me impossível usá-los pois os pincéis secaram e ficaram completamente despenteados! Em vez de 'Giotto' (de Giotto di Bondone, pintor italiano) podiam ser 'Einstein'! Separei o pincel nº 3 para usar nas áreas mais pequenas do desenho, embora esteja desconfiada se o seu estado despenteado-efusivo vá servir para alguma coisa!*

Mentalmente, pelas mesmas razões explicadas na publicação anterior, ordenei as cores e comecei as misturas. Desta vez, sem qualquer expectativa! Como não tenho máscara para aguarela, cortei um pouco de fita de pintura para colar na lua na terceira 'janela' e na sombra da lua no fundo da piscina (8). Não vou usar cores próximas para poder sobrepor, por isso decidi experimentar com fita a ver se resultava.

Lá fui, usando a mesma técnica que usei na 'causa' anterior: mistura, mistura, experimenta, está mal, mistura, experimenta, está bom e pinta! Ignorei dois pormenores do desenho original para reduzir aos espaços pequenos e:
  • pintei do (1) ao (7) e esperei que secasse para tirar a fita da lua, uma vez que ia acentuar a mistura (3) para fazer a (8) e já estava sem espaços no godé;
  • só depois de pintar o (5), (6) e (7) é que percebi que podia ter usado a técnica de três camadas do mesmo tom: primeiro o (5), depois escurecia um pouco para o (6) e fazia o mesmo para o (7), mas pintei como se fossem três partes diferentes.
Seria interessante repetir o desenho para ver se, usando outras técnicas, conseguia melhores resultados. Hum... De momento, não estou com vontade de me torturar a mim mesma! Acho que é um bom exercício para fazer mais tarde e com outro desenho. Estes são difíceis de reproduzir! Retirei, então, a fita e resultou! Fiquei com os espaços limpinhos para pintar num outro tom! O que não quer dizer que tenha feito um bom trabalho...

Por fim, usei o pincel descabelado para a pequena área (10) por cima da (5) e (1). Assim que apanhou tinta, o pincel deixou o seu ar descabelado e portou-se à altura. Reparei que é muito mais suave do que o sintético, ao ponto de ser necessário uma mão mais 'leve' para o usar. Acho que percebi a diferença entre os pincéis sintéticos e os naturais, mas não pude deixar de pensar que estava a usar pelo de pónei. No entanto, escusava de o usar, pois o pincel sintético dava perfeitamente conta do recado!

Finalmente, mais uma 'causa' concluída! Retirei toda a fita - antes de a usar, tenho mesmo de lhe retirar um pouco de cola; provavelmente foi por estar há alguns dias no papel, arrancou-me um pouco da superfície do mesmo tanto em cima como em baixo - e vi o resultado dos dois desenhos.



Desta vez não sobraram tintas para uma experiência. Ou foi sorte, ou aprendi a calcular exatamente a quantidade de tinta que preciso! Será que aprendi? Nááá! Foi mero acaso!

Resta-me agradecer à Charlotte Taylor por me ter deixado usar os seus desenhos e pedir-lhe desculpa por os ter assassinado! Por falar em assassinato, e se eu fosse para Rhodes resolver um crime? [aqui]

NOTAS:
* Há uma técnica para 'pentear' os pincéis 'Einstein' que vim, mais tarde, a descobrir. Ver aqui.