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Sunday, March 22, 2020

'Cores de Água' que Imprimem Causas 3/20

Depois do resultado desastroso da semana passada... resolvi continuar! Como dizem que disse Winston Churchill, o sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo!

Estive a ver dois vídeos no Magia da Cor (este, sobre materiais e este, sobre inspiração) e registei  algumas notas como se fosse o 'detective sergeant' do 'detective chief inspector' da série britânica policial Midsommer Murders que ando a ver! Informações a acrescentar neste momento:
  • os pincéis naturais são melhores e mais duráveis do que os sintéticos - mas eu adoro o meu sintético! Os tais que me custaram apenas €1 são de pêlo de pónei e confesso que me faz um pouco de confusão saber que pode andar por aí algum pónei com falha de pêlo;
  • guardar a tinta que sobra no godé - eu deitava fora, sendo portanto útil um godé com tampa;
  • borracha pão (pt) ou borracha limpa-tipo (br) - já me tinha interrogado como é que eu ia apagar as linhas a lápis sem estragar a pintura;
  • pedir autorização para copiar trabalhos - faço sempre, até porque gosto de avisar os verdadeiros artistas que estou prestes a assassinar as suas belas obras de arte!  
Enchi os pulmões de coragem e lembrei-me da variação de cores que a Mika mostrou naquela linda pintura, feita com apenas duas cores, no vídeo que partilhei na publicação anterior (2/20). No verso da folha usada na semana passada - eu disse que estas 50 folhas iam ser muito poupadinhas! - marquei doze pequenos círculos em grupos de três e o objetivo era usar os dois verdes, o laranja e o vermelho do meu estojo de aguarelas da Giotto em três tons diferentes, do mais claro para o mais escuro.    
Nossa, de quem é esta mão linda e elegantérrima? Ah, é minha! Bom, então o que é que eu resolvi fazer na primeira fila (1)? Comecei pela técnica aguada, depois usei o verde bastante diluído - olhem esse jeitinho para sugar o excesso de água com o lenço, ignorando a toalha ali ao lado, que profissionalismo! - e ficou um tom bem claro. Objetivo cumprido! Passei para o segundo círculo, teria de ser um tom mais forte que o anterior, mas não muito, porque tinha ainda um terceiro para um tom mais escuro. Usei o pincel com alguma cor, ia usar a técnica média (se não existe, passa a existir!) e por isso fiz o mesmo no terceiro círculo. A lógica era ter os círculos iguais e acentuar a cor no segundo e no terceiro... Será que resultou? Nãooo! Óbvio que não! O segundo círculo ficou muito mais escuro que o terceiro. Grrr!

Segunda tentativa: mesmo método! Comecei a suspeitar que podia ser a encarnação do Churchill, pois estava a ir de fracasso em fracasso e não perdia o entusiasmo! Sucesso é que nem vê-lo! Talvez fosse um pouco cedo... Resultado: só na (2) e na (4) consegui o efeito que pretendia, embora não faça ideia como! No terceiro círculo da (3) exagerei nas vezes que passei tinta e o papel começou a desfazer-se um pouco. Também preciso aprender a controlar a quantidade de água com tinta puxada no pincel, pois espalha com facilidade para fora dos limites pretendidos.


Enquanto datava e assinava, lembrei-me dos versos finais do poema de Robert Frost: ainda tenho muitas milhas pela frente! Muitas mesmo...